Gastrite Nervosa vs. Clássica

Você sente dor no estômago quando fica ansioso? Pode ser "gastrite nervosa". Entenda a diferença entre a gastrite clássica (inflamatória) e a dispepsia funcional, e como o eixo cérebro-intestino afeta sua digestão.
Gastrite Nervosa vs. Clássica | Endostar

Gastrite Nervosa ou Gastrite Clássica? Entenda as Diferenças e Sintomas

“Doutor, eu tenho gastrite nervosa. Basta eu me estressar que meu estômago queima.” Essa é uma das frases mais ouvidas nos consultórios da Endostar. A relação entre nossas emoções e nosso sistema digestivo é inegável, mas existe muita confusão sobre o que é, de fato, uma gastrite e o que é o efeito do estresse na digestão.

Neste artigo, vamos separar o termo popular da definição médica, explicando as diferenças entre a gastrite clássica e a chamada gastrite nervosa (tecnicamente conhecida como Dispepsia Funcional), para que você entenda o que seu corpo está tentando lhe dizer.

A Gastrite Clássica: Uma Inflamação Real

Para a medicina, o sufixo “ite” significa inflamação. Portanto, gastrite é, literalmente, a inflamação da mucosa que reveste o estômago. Essa condição é diagnosticada visualmente através da endoscopia (onde o médico vê a parede do estômago vermelha, inchada ou erodida) e confirmada por biópsia.

A gastrite clássica tem causas biológicas e químicas bem definidas:

  • Infecção por H. Pylori: A bactéria que coloniza o estômago e destrói sua proteção;
  • Uso de medicamentos: O uso contínuo de anti-inflamatórios e aspirinas agride a parede gástrica;
  • Álcool e cigarro: Substâncias irritantes que aumentam a acidez e reduzem a cicatrização.

Neste caso, o tratamento envolve eliminar a causa (matar a bactéria, suspender o remédio) e usar protetores gástricos para cicatrizar a lesão.

A “Gastrite Nervosa”: O Eixo Cérebro-Intestino

Já a famosa “gastrite nervosa” é um termo popular para uma condição que os médicos chamam de Dispepsia Funcional. O cenário é curioso: o paciente sente dor, queimação, estufamento e náuseas. Ele tem certeza de que seu estômago está ferido. Porém, ao fazer a endoscopia, o resultado é surpreendente: a mucosa do estômago está rosada, saudável e sem inflamação alguma.

Isso significa que a dor é psicológica? Absolutamente não. A dor é real, mas a causa não é uma ferida, e sim uma alteração na sensibilidade e no funcionamento do estômago. O “hardware” (órgão) está intacto, mas o “software” (sistema nervoso que o controla) está desregulado.

Como o Estresse Afeta o Estômago?

O intestino e o estômago têm tantos neurônios que são chamados de “segundo cérebro”. Eles estão conectados ao sistema nervoso central pelo nervo vago. Quando passamos por estresse, ansiedade ou tensão, o corpo libera hormônios como cortisol e adrenalina.

Essas substâncias preparam o corpo para “lutar ou fugir”, desviando o sangue do sistema digestivo para os músculos. Isso causa:

  • Aumento da sensibilidade à dor (visceral): O paciente sente a acidez natural do estômago como se fosse uma queimadura grave;
  • Alteração na motilidade: O estômago pode esvaziar muito devagar (causando peso) ou muito rápido;
  • Redução da produção de muco protetor.

Diagnóstico: Como Saber Qual é a Minha?

Como os sintomas de dor na “boca do estômago”, azia e saciedade precoce são idênticos em ambos os casos, não é possível diferenciar apenas pela conversa clínica. A Endoscopia Digestiva Alta é crucial.

Se a endoscopia mostra lesões, tratamos como gastrite clássica. Se a endoscopia é normal, mas os sintomas persistem e estão associados a gatilhos emocionais, diagnosticamos a Dispepsia Funcional (“gastrite nervosa”).

Tratamentos Diferentes para Causas Diferentes

O tratamento da gastrite nervosa é multidisciplinar e mais complexo do que apenas tomar um antiácido. Embora inibidores de acidez possam ajudar no alívio imediato, eles não curam a causa raiz.

As estratégias incluem:

  • Controle do Estresse: Terapia, meditação e atividades físicas são tão importantes quanto remédios;
  • Alimentação: Evitar estimulantes como cafeína, pimentas e alimentos gordurosos que exigem muito da digestão;
  • Neuromoduladores: Em alguns casos, o gastroenterologista pode prescrever doses baixas de medicações que atuam nos nervos do estômago para diminuir a hipersensibilidade visceral.

Conclusão: Seu Corpo Fala

Seja uma inflamação real ou uma resposta ao estresse, a dor de estômago não deve ser normalizada. Ela é um sinal de que algo precisa de ajuste, seja na sua dieta, no seu estômago ou na sua rotina de vida. Na Endostar, investigamos a fundo para oferecer o tratamento que resolve o seu problema, e não apenas o sintoma.

Se você ou alguém próximo precisa de ajuda especializada, agende uma consulta com a Endostar. Siga o nosso instagram.

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